Ir ao conteúdo principal

Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal do Sistema de Bibliotecas da UFRN, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito e como remover, acessePolítica de cookies. Para saber como a UFRN trata os dados, acesse aPolítica de Privacidade. Se você concorda, clique em "Ciente".

ICe divulga resultados promissores da pesquisa com DMT no tratamento contra depressão

Portal da UFRN

Laíza Felix - ICe/UFRN


Nesta terça-feira, 22 de abril, o periódico Neuropsychopharmacology publicou o artigo Rapid and sustained antidepressant effects of vaporized N,N-dimethyltryptamine: a phase 2a clinical trial in treatment-resistant depression. A pesquisa relata os resultados da segunda fase do ensaio clínico realizado no Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol-UFRN) pela equipe do professor Dráulio Araújo, que estuda os efeitos da N,N-Dimetiltriptamina (DMT) no tratamento de depressão resistente.


O estudo foi conduzido em 14 pacientes, sendo seis mulheres, e demonstrou taxa de resposta (redução de 50% ou mais nos sintomas) de 85% e remissão (fim dos sintomas) de 57%, sete dias após uma única sessão com DMT. Reduções significativas dos sintomas permaneceram por até três meses após a administração da substância.


“O próximo passo é fazer um estudo que compare os efeitos da DMT com um placebo (substância sem efeito psicoativo) em um número maior de pacientes. Esses passos são necessários para iniciar a regulamentação de um medicamento. Por ora, não sabemos quando esse novo trabalho terá início, mas esperamos que seja em breve. Os resultados da pesquisa que acaba de ser publicada, apesar de preliminares e com um número muito limitado de pacientes, apontam para a segurança e eficácia da DMT no tratamento da depressão, indicando que a DMT pode ser viável para ser implantado em maior escala, por exemplo, no SUS”, explica Fernanda Palhano, uma das primeiras autoras do artigo e pesquisadora do laboratório do professor Dráulio Araújo.


“Como psiquiatra, estou acostumado a trabalhar com tratamentos que tomam semanas para produzir efeitos perceptíveis. Neste sentido, me impressionou observar que já no dia seguinte à intervenção existia uma resposta antidepressiva tão expressiva e que, em muitos casos, se manteve por até três meses após essa intervenção de um único dia. Os dados que obtivemos neste ensaio oferecem evidências sobre segurança e eficácia da DMT, além de embasar os próximos estudos, que agora devem avançar com amostras maiores. Ao ser publicada na Neuropsychopharmacology (do grupo Nature), essa etapa também projeta a ciência psicodélica brasileira em cenário internacional, mantendo nosso diálogo com os principais centros do mundo”, comenta Marcelo Falchi, primeiro autor e pesquisador do grupo.


A DMT é um psicodélico endógeno também presente na ayahuasca e surge como uma alternativa viável, com curta duração de ação (10–20 minutos) e administração não invasiva por inalação. Quando vaporizada, age rapidamente e apresenta menos riscos de interações farmacológicas. O artigo está disponível virtualmente.


Fonte: ICe/UFRN. Texto: Laíza Felix; Edição: Juliana Holanda; Revisão: Ana Byatriz Moreira.